segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Minha História..


 My History

Confesso que não me orgulho de minha própria história, não por que talvez ela seja ruim, terrível, ou mesmo engraçada, mas por que têm tantos fatos que eu não entendo que sempre achei difícil falar, ou mesmo escrever a respeito, mais quanto mais eu vivo, quanto mais experiências obtenho, mais me dou conta de que não existem explicações palpáveis, ou mesmo tangíveis para tudo o que nos acontece, e que a vida pra mim, deve ser vivida com olhos de fé, sem esperar o que vai acontecer, mas tendo a certeza que o melhor  está mais a frente...

"Ao embarcar nesta história, peço que tenha cuidado, você pode não se identificar-se com nada, ou com tudo".

- Cansei de me perguntar o porquê disso, o porquê daquilo, cansei de tentar entender algo que simplesmente aconteceu comigo, e talvez com mais pessoas, mas comigo começou assim, eu nasci, se eu era desejada por minha Mãe?  Bem, anos mais tarde pós meu nascimento descobri que não, mas o que eu já sabia mesmo ainda estando lá naquela grande bolsa quentinha, é que eu já não era alguém desejado para nascer! Nasci em uma terça feira 15 de dezembro de 1989, mas não foi o que soube depois, a história era que eu nasci no dia 20 de dezembro daquele ano de 89, não sei quanto eu pesava, apenas souberam que era uma menina, que havia sido deixada no hospital 3 dias após seu nascimento, esperando que seus "pais" a fossem buscar, enquanto eu dormia e me alimentavam no hospital, lá na casa da minha "mãe biológica", um Tio meu desconfiou do sumiço de sua Irma que até então não vinha para casa há 3 dias, bem chegando lá, por ter muitos irmãos ela não teve como esconder mais uma de suas gravidez, ela disse que havia ganhado há 3 dias uma menina, informou o hospital, e para lá um de seus irmãos apenas partiu, na esperança de encontrar ela, e poder ficar com ela. É claro que por ser Tio, os papeis para adoção foram processados rapidamente, e Jacqueline, poderia ser registrada como sua filha, como assim ele escolheu seu nome, e o dia de seu nascimento, devido as leis da época, a menina fora registrada 5 dias pós seu nascimento, ficou certo então que ela, aquele pequeno bebê que até então não tinha família, nascera pela segunda vez!

Ela foi levada para cada dos tios, e não tinha o que vestir, nem onde ficar, Deus havia lhe reservado uma família pequena, com um pequeno menino de 4 anos como irmão, sua Mãe e Pai, mas quando as coisas devem acontecer elas simplesmente acontecem, a pequena menina, aos poucos foi agraciada e ganhou tudo o que um bebê precisa, aos poucos ela tinha tudo o que precisava, o calor no colo de uma Mãe que a amou sem perguntar quem, quando, ou porquê.  E ela foi crescendo naquela família chamada Evangelista, ela cresceu como todas as crianças devem crescer brincando, sorrindo, caindo, correndo, estudava, e tinha mais uma irmãzinha que ganhou 1 ano depois de seu nascimento e seu irmão agora já mais velho, que as duas, é claro que como todos os irmãos que crescem juntos, eles brigavam, mas também brincavam juntos, mas com Jacqueline e sua irma, não era bem assim, mais brigavam do que brincavam juntas, bem talvez algum motivo sempre tenha impedido uma aproximação maior, mas não mudava o fato de serem irmas.

Quando eu tinha 8 anos, um amiguinho da minha escola que também era meu vizinho me chamou de "adotada", eu sempre muito sensível, comecei a chorar e ao chegar em casa como toda criança confusa, pergunta a Mãe, o que é ser adotada, e então sua Mãe pega de surpresa, começa a contar uma história mais ou menos assim;

Quando você nasceu sua "Mãe" não podia criar você por ser muito pobre, e então ela nos deu você como presente, bem pra mim estava tudo certo, mas quanto mais eu crescia, mas a curiosidade crescia então mais histórias sobre minha vida, começaram a ser contadas, de uma "Mãe" que não podia me criar, a então "barriga de aluguel", se tornou minha Tia, sim, pois é descobri com o passar dos dias, que eu era filha de uma Tia minha, mas que meu Tio me adotou ainda recém nascida, bem até então com aquela idade já beirando os 10 anos, muita coisa não importava, desde que eu brincasse e estivesse na escola, lugar onde eu amava estar, mas então aos 12 anos, eu comecei a amadurecer a ideia de não ser filha dos meus Pais, e nem irma dos meus irmãos, e então ser irmã dos meus primos, e não prima, bem você pode imaginar o quão confusa minha mente se tornou, eu decidi mesmo nova ainda que queria conhecer meu Pai Biológico, é claro que não fui, mas tentei fugir de casa naquela época, lembro - me de ir até a escola e quando eu voltasse eu disse ao meu Pai e Mãe que eu não voltaria mais, eu preferiria morar na rua, a morar com pessoas que não eram meus pais, e que tudo o que até então eu havia vivido pra mim era pura mentira! Na época é claro pouco me importou como meus pais se sentiram ao ouvir aquilo da filha que tanto amavam principalmente seu Pai, a quem foi atrás daquela filha ingrata. Pensem o que quiserem, mas eu me achei no direito de querer saber quem realmente eu era, e o porquê de todos mentirem para mim, bem aos 13 anos de idade, eu deixei a dor consumir todo o meu ser, quando a minha "Irma/Prima" nasceu, e eu sabia que aquela que era minha "barriga de aluguel" ficaria com ela, eu não entendia por que ela não me criou, mas podia criar dois filhos, mal eu sabia que havia mais um irmão meu adotado por outra família que a propósito morava no fim da minha rua, e que por acaso eu conhecia, pois já havíamos brincado juntos.

Daí pra frente ás coisas só pioraram dentro de mim, eu me sentia rejeitada, feia, a gorda da turma na escola, a menina que nunca nenhum menino olharia com olhos que não fosse o de amizade, nesta época já com 14 anos, eu já havia dado meu primeiro beijo na boca, pelo meu vizinho que eu simplesmente acreditava amar, foi nessa época também que eu soube o que era sexo, e que meninas da minha idade além de darem beijos na boca de língua (eca) "risos", foi o que eu pensei no momento, também faziam "aquilo", bem passado isso, eu ia com freqüência a uma igreja do meu bairro, alias eu ia lá desde os meus 7 anos, mas só passei a compreender os ensinamentos eu já estava na casa dos 13/14 anos, fazer parte daquela comunidade cristã me ajudou a compreender, que existia alguém muito além de ser meu Pai, ou Mãe, ou os outros "Não Pais", que eu também tinha, aprendi que poderia viver sozinha, que eu podia sonhar e realizar meus sonhos, durante esse período de descobertas sobre a vida, as pessoas, eu comecei a trabalhar de qualquer coisa, para ter dinheiro para ir ao cinema, eu não era filhinha de Papai, então eu tinha o suficiente, e precisava me conter e ficar feliz, bem como toda criança/adolescente eu queria mais, e seu sei que poderia se trabalhasse, os sentimentos de rejeição jamais me abandonaram  durante a vida, eu sempre me sentia inferior, então estudava mais que as outras crianças não aceitava menos que 10 em minhas notas, ninguém realmente se importava com minhas notas, comportamento etc.. já que eu sempre fui comportada, mas eu não aceitava menos de mim, sempre fiz mais, quis mais..

O tempo passou, eu cresci e quando tinha 16 anos consegui um emprego ótimo como Jovem Aprendiz, em uma empresa que mais parecia um sonho, do que qualquer coisa, bem eu trabalhava meio período, e ainda estudava, eu tinha meu próprio dinheiro, já não dependia dos meus Pais, pelo menos não totalmente, o que pra mim, era um alivio, já que sempre me senti como um peço desnecessário em casa, conclui o ensino médio, sem namorar ninguém na escola, o que no meu tempo era algo inédito para algumas, já que tinha meninas com menos idade que eu, ou a mesma idade já dando a luz a seus bebês, bem o que elas escolheram não vinha ao caso, já que eu não estava naquela "onda". Até os meus 17 anos, eu me vestia muito mal, não soltava os cabelos, já tinha colocado aparelho nos dentes, uma ambição pessoal assim que peguei meu primeiro salario, eu sai em busca de arrumar aqueles dentes horríveis, que tanto me perturbavam, e também usava óculos, o que não ajudava em nada a melhorar minha aparência, até essa idade eu me achava incrivelmente feia, não só por que eu sabia que era, mas também por que era encarada assim por todos, meu Pai, sempre quis que eu emagrecesse, o que não acontecia, pelo menos não do jeito que para ele estaria bom, então boa parte de minhas atividades extra escolares era na quadra da escola fazendo qualquer atividade física que me ajudasse a manter o mesmo peso, também no emprego em que eu estava tinha academia, e só depois de um ano que já estava lá pude começar a utilizar o que pra mim foi ótimo, eu já não era a "gordinha", passei a ser a "gostosa", o que pra mim não era nem ótimo nem ruim, eu sempre fui tímida com garotos, não namorava ainda, e achava que o tal do Príncipe jamais me salvaria, em seu cavalo branco!
 Na época da escola, antes de concluir o Ensino Médio, eu só pensava em uma coisa, Faculdade, eu queria continuar estudando não podia parar ou não conseguiria realizar meu sonho de "Fugir", sim, eu carreguei o desejo de fugir por toda a infância e adolescência, mas conforme o tempo passava, eu só descobria que eu não conseguiria se não tivesse dinheiro, então comecei a estudar mais, me esforçar mais, pedia lições extra  sala de aula para os Professores, queria por que queria melhorar sempre, tudo o que eu fazia tinha que ser o melhor, não pra ninguém apenas pra mim, durando essa fase de 10 a 18 anos, eu só pensava em sair do lugar onde eu morava, e sair de casa, sim minha relação com meus Pais, nunca foi á melhor, não me orgulho disso, mas também não gosto de lembrar, com diz minha Mãe, "Não comemos só o que gostamos". 

Como toda história ela deve ser contada por partes, para que o leitor não se canse, e esteja pronto para o enredo dela, possa ser envolvente.

Minha história continua.. 

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